O homem está a todo momento buscando conexões do tipo "Como o planeta surgiu", ou "quando e como o homem surgiu"e até mesmo "o elo perdido" e as "pinturas e hieróglifos" nem sempre decifráveis. Antes, uma busca desenfreada por conectar-se ao passado. Hoje, um caminho sem freio, para conectar-se ao futuro.
Eu já tive variadas formas e fases de conectividade. A primeira delas, ainda na infância, foi o uso de desenhos e álbuns de figurinhas. Essas eram conexões mais difíceis de manter, porque todos os álbuns eram iguais, com as mesmas figuras, somente diferenciando a cada um o significado particular das conquistas, do local onde determinada figura havia sido colada e os passeios que aquele álbum já tinha feito. Algo bastante particular, mas que, com o passar do tempo, ficaria esquecido, sem memória. Então, na pré-adolescência, eram os cadernos de perguntas que faziam sucesso. A nossa própria rede social, porém mais limitada. Eu não tenho nenhum guardado, mas lembro de ter criado um, com certeza, e mais ainda, lembro de ter respondido a vários desses. As figuras agoram tomavam suas formas individuais e cada uma com legenda própria.
Quando chega a adolescência, o que era um livro aberto passa a não ser mais algo tão desejável. Dos cadernos compartilhados, passamos à agendas e diários secretos, alguns guardados até com cadeado. Poucos tinham permissão pra acessar, mas ali havia certamente conexões de todos os tipos, desde ingressos de shows, embalagens de alguma bala apreciada em um momento especial ou mesmo uma simples frase com significado apenas para quem a tivesse escrito. Paralelo a isso, havia outro sistema, o das cartas. Escrevi muitas cartas aos parentes distantes e também aos amigos mais chegados. Era delicioso esperar a correspondência chegar e desejar que a resposta estivesse ali nas mãos do homem dos correios. Era mais gostoso ainda, abrir um bilhetinho escondido dentro de um livro, ou mesmo do estojo de lápis, que havia sido colocado durante o horário do intervalo entre aulas. Saber que as amizades seriam para sempre era algo fundamental nessa fase. Eu tenho tudo (ou quase) guardado até hoje. Cartinhas, bilhetes, cartões, de parentes, amigos, paqueras.
Escrever cartas já não era mais tão legal e, esperar já não era mais tão divertido. Ao final da adolescência, queremos tudo para ontem. O telefone foi minha arma favorita. Com os amigos eu falava o suficiente, mas acabava ligando para rádios, pedia músicas e ainda conversava. Foi então que percebi que às vezes era bom conversar com alguém que não faria pré-julgamentos, porque justamente não te conhecia. Sei o que você está pensando agora! Exatamente... um ensaio para os bate-papos online.
Foi na época da faculdade que o universo da internet me conquistou. Desde então tenho as cartas, os bilhetinhos, vejo fotos e "figurinhas", tudo isso junto, inclusive pelo telefone, que agora tem outros nomes.
O que mais quero da vida? é perfeito! Agora sim, finalmente está tudo conectado! Até mesmo os meus pensamentos... ^^
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"Longe é um lugar que não existe."
Richard Bach
2 comentários:
Demais!!
Quem seríamos nós sem essas construções ao longo do tempo? E sem a mágica ao seu redor...
Já me disseram que a Internet deixa as pessoas distantes, isoladas. Penso diferente: ela encurta distâncias, promove encontros antes improváveis; isolar-se, ficar distante, são escolhas do ser humano.
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