segunda-feira, abril 18, 2011

Do pó ao pó


Do pó surgiu o nó
que na garganta
fez chover

Do sal uma pitada
que na salada
se quis comer

Da fome sempre à noite
como um açoite
te faz tremer

Da dor que dilacera
que não espera
para doer

Da calma que vem depois
feijão com arroz
satisfazer

Da culpa que se consome
ausente a fome,
emagrecer?

Da força que permanece
não se esquece
se quer vencer

Do fim, certeza só
direto ao pó
retroceder

quinta-feira, abril 07, 2011

Revoluções por segundo

Não sei se estou pronta pra perder,
nem se estou pronta pra ganhar,
só sei que estou preparada pra lutar;
haja o que houver, passe o que tiver que passar,
coragem não há de me faltar.

Há uma revolução dentro de mim;
tremo por dentro, e acho isso até normal.
Cansei de me esconder do mundo e de todos.
Como querer controlar o que segue por si só?
Deixo fluir, deixo seguir.

Às vezes dói e às vezes parece ser mais forte do que eu.
Resignação é uma das virtudes a desenvolver.
Tenho pressa, o tempo passa, mas eu espero.
Eu posso esperar.
Depois da tormenta sempre vem a calmaria.

Não tenho mais medo.
Tem horas que dá vontade de chorar,
outras vontade gargalhar,
e por muitas vezes vontade de ficar a sós comigo mesma.
e fico.

Porque eu tenho fé,
porque eu acredito e mais,
porque eu mereço!
O universo está apenas esperando
que eu permita acontecer.