quinta-feira, março 31, 2011

Lição nº 12: À espera de um milagre


Ex.pec.ta.ti.va:
s.f. Espera fundada em probabilidade ou promessa.

(Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa)
Já ouvi de algumas pessoas que não devemos ter expectativas, para assim evitarmos a decepção. Não conheço um ser humano sequer que não tenha expectativas... e aquele que diz não tê-la, muito provavelmente está mentindo. A primeira questão não é esperar, mas o que esperar. A segunda é como lidar com o resultado contrário, afinal só se decepciona quem quer.

Nós já nascemos de uma longa espera de 9 meses. Alguns nem aguentam esperar tanto e chegam antes!! Esperamos a noite chegar para dormir, esperamos o dia do nosso aniversário e aquela viagem de férias tão bem planejada; esperamos o ônibus e também o início da sessão de cinema; Na virada do ano, esperamos cumprir nossas promessas e esperamos sempre que o ano seguinte seja melhor do que o anterior, mesmo que este tenha sido excelente. Fala-se até em expectativa de vida, como então ter expectativas se tornou algo proibido?!

O segredo é estar com o coração aberto e esperar TUDO. Restringir suas possibilidades é o que pode causar a frustração. As letras do alfabeto estão aí para que você possa ter, não apenas um plano A, mas o B, C, D e daí em diante. Entenda que aquilo que pode dar errado, e no final acaba dando, não necessariamente é a pior das soluções. Certamente é a melhor, acredite!!

Eu não falo em esperar sentada pelo acontecimentos; falo de esperança, mas por favor, não me diga que não há probabilidades, porque a estatística pode provar: sempre haverá uma infinidade delas.

Eu quero acreditar que a paz vai reinar neste mundo; que as mazelas humanas desaparecerão; que um dia encontrarei aqueles de quem sinto saudades... eu espero por isso.

Eu quero esperar...
Eu quero ter esperança, portanto pare de me dizer para não ter expectativas. Algumas dores são inevitáveis, já dizia o poeta. Apenas esteja do meu lado, para me lembrar que sofrer é opcional.

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"Enquanto houver vontade de lutar, haverá esperança de vencer."
Santo Agostinho
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quinta-feira, março 17, 2011

Beijo


_especialista_ disse em 09/04/04 00:36


Beijo colado,
beijo bandido,
beijo roubado,
beijo escondido.

Beijo tarado,
beijo indecente,
beijo molhado,
beijo ardente.

Beijo doce,
beijo salgado,
beijo gostoso,
beijo de namorado.

Beijo mentiroso,
beijo de verdade,
beijo ansioso,
beijo de saudades...

Beijo tentador,
beijo com emoção,
beijo com amor,
beijo com tesão.

Beijo de amigo,
beijo de amante,
beijo com perigo,
beijo incessante.

Beijos, muitos beijos,
eu também quero beijar,
cola tua boca na minha,
e deixe-se enamorar.


By Dani Pessoa, em 08/04/2004 [resgate direto do fotolog]

quinta-feira, março 10, 2011

Conecte-me


O homem está a todo momento buscando conexões do tipo "Como o planeta surgiu", ou "quando e como o homem surgiu"e até mesmo "o elo perdido" e as "pinturas e hieróglifos" nem sempre decifráveis. Antes, uma busca desenfreada por conectar-se ao passado. Hoje, um caminho sem freio, para conectar-se ao futuro.

Eu já tive variadas formas e fases de conectividade. A primeira delas, ainda na infância, foi o uso de desenhos e álbuns de figurinhas. Essas eram conexões mais difíceis de manter, porque todos os álbuns eram iguais, com as mesmas figuras, somente diferenciando a cada um o significado particular das conquistas, do local onde determinada figura havia sido colada e os passeios que aquele álbum já tinha feito. Algo bastante particular, mas que, com o passar do tempo, ficaria esquecido, sem memória. Então, na pré-adolescência, eram os cadernos de perguntas que faziam sucesso. A nossa própria rede social, porém mais limitada. Eu não tenho nenhum guardado, mas lembro de ter criado um, com certeza, e mais ainda, lembro de ter respondido a vários desses. As figuras agoram tomavam suas formas individuais e cada uma com legenda própria.

Quando chega a adolescência, o que era um livro aberto passa a não ser mais algo tão desejável. Dos cadernos compartilhados, passamos à agendas e diários secretos, alguns guardados até com cadeado. Poucos tinham permissão pra acessar, mas ali havia certamente conexões de todos os tipos, desde ingressos de shows, embalagens de alguma bala apreciada em um momento especial ou mesmo uma simples frase com significado apenas para quem a tivesse escrito. Paralelo a isso, havia outro sistema, o das cartas. Escrevi muitas cartas aos parentes distantes e também aos amigos mais chegados. Era delicioso esperar a correspondência chegar e desejar que a resposta estivesse ali nas mãos do homem dos correios. Era mais gostoso ainda, abrir um bilhetinho escondido dentro de um livro, ou mesmo do estojo de lápis, que havia sido colocado durante o horário do intervalo entre aulas. Saber que as amizades seriam para sempre era algo fundamental nessa fase. Eu tenho tudo (ou quase) guardado até hoje. Cartinhas, bilhetes, cartões, de parentes, amigos, paqueras.

Escrever cartas já não era mais tão legal e, esperar já não era mais tão divertido. Ao final da adolescência, queremos tudo para ontem. O telefone foi minha arma favorita. Com os amigos eu falava o suficiente, mas acabava ligando para rádios, pedia músicas e ainda conversava. Foi então que percebi que às vezes era bom conversar com alguém que não faria pré-julgamentos, porque justamente não te conhecia. Sei o que você está pensando agora! Exatamente... um ensaio para os bate-papos online.

Foi na época da faculdade que o universo da internet me conquistou. Desde então tenho as cartas, os bilhetinhos, vejo fotos e "figurinhas", tudo isso junto, inclusive pelo telefone, que agora tem outros nomes.

O que mais quero da vida? é perfeito! Agora sim, finalmente está tudo conectado! Até mesmo os meus pensamentos... ^^


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"Longe é um lugar que não existe."
Richard Bach
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quinta-feira, março 03, 2011

O Homem de Bem

Do Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XVIII - Sede Perfeitos - Item 3

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se feZ a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria. Sabe que sem a Sua permissão nada acontece e se Lhe submete à vontade em todas as coisas.

Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as viscissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma defesa do fraco contra o forte, e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança: a exemplo de Jesus, pedoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: "Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado."

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.

O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente. (Cap XVII -n9.)

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da natureza, como quer que sejam respeitados os seus.

Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem um homem de bem; mas, aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

terça-feira, março 01, 2011

Volare


Não sei dizer ao certo o que me manteve ao chão por tanto tempo. O cheiro de terra molhada, talvez andar descalça sobre a grama ou mesmo sentir a bruma em meus pés. Há milhões de motivos que eu poderia citar e que justificariam satisfatoriamente o que nos mantém firmes, mas basta um, somente um motivo que te faça querer voar, e todos os demais se tornam quase insignificantes.

Certa vez ouvi alguém dizer " quem quer caminhar, quando se pode voar?"

Fernão não queria apenas voar, porque voar ele já sabia. Isso, agora, eu também já sei.