Meu coração não tem dono, nasceu livre, mas aprisionou-se às ilusões da vida ainda muito jovem.
O meu amor, imperfeito, foi julgado culpado. Arrastando um grilhão pesado pelas trilhas da vida, eu me via surda ao alarido da felicidade e cega frente aos apelos da razão. Tudo por culpa do meu coração.
Para me libertar, era preciso amar; de novo, porém, não esse suposto "amor" apregoado aos quatro cantos, que equipara-o ao sentido de posse, de chama, do imediatismo mundano, da inconsequência desenfreada. Isso não é amor.
Eu te amei. Ontem, hoje ainda, e talvez amanhã. Não sei por quanto tempo mais... apenas amo-te agora.
A primeira vez, foi quando te conheci. Em seguida, te odiei. Com o passar do tempo desamei (será?), pra então aprender a amar você verdadeiramente. Acreditando que fosse passado, e de fato acreditei, a vida seguiu seu curso natural. Sua presença, antes tão desejada, passou a ser apenas apreciada. Diferente de uma ansiedade por possuir algo, era a satisfação em usufruir do momento que se apresentava. Parece, mas não são a mesma coisa. Não mesmo.
Nada a esperar, apenas vivenciar. Não tem explicação. Sem estar contigo, experimentei as situações clássicas de um relacionamento. Já fui abandonada, traída, magoada e até mesmo decepcionada por você, sem nunca estarmos juntos, de verdade. O que tenho a temer? nada. Já te perdi, já sei como é, e isso, certamente não me afeta mais.
Hoje, te amo, sem te ter aqui e sou feliz, mesmo assim. Precisei desses anos para entender e aprender a ser livre, verdadeiramente livre. Foi você, quase sem querer, quem me ensinou.
Quando nos afastamos, você leva consigo o que sinto. Quando nos aproximamos, traz de volta as borboletas e o pó de estrelas que me tiram o chão. Mesmo quando meu coração resolve ser peralta e balançar em outras ondas, ao chegar em seu mar, tudo muda. Tudo passa. Todos passam.
É o nosso amor-perfeito. Não que esteja indene de problemas, defeitos ou situações ruins. É perfeito justamente por possuir tudo isso junto e ainda assim, ser extremamente satisfatório vivenciá-lo. Saber que é real e ter tido a oportunidade de sentí-lo, é um presente divino. Não espero, nem ousaria esperar mais do que isso. O hoje, a mim, me basta.
Você é o meu amor-perfeito.
Amor-perfeito é uma flor, que em seu desenho lembra um pássaro de asas abertas.
2 comentários:
Lindo, Dani. Salvou meu dia!
"É perfeito justamente por possuir tudo isso junto e ainda assim, ser extremamente satisfatório vivenciá-lo."
Acho que esse é o real sentido do amor. Não sobreviver ao simples passar do tempo, mas as intempéries ao qual está condicionado. Amor como poucos sentem, incondicional =)
Adorei o texto!!
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